A Bahia registrou a quarta morte de policial militar por causa do coronavírus. O cabo Eraldo Vieira, tinha 50 anos era lotado no bairro da Pituba, em Salvador. Outros 66 militares estão com a Covid-19 no estado. Uma das filhas de Eraldo, Laisla Guerra, contou que o pai começou a apresentar os sintomas há cerca de duas semanas. A família estava ansiosa pelo fim da quarentena do cabo, que ia completar 14 dias, o tempo médio do isolamento para tratar o coronavírus. “Depois dos sintomas leves, na quarta-feira [6 de maio], ele sentiu uma febre. Aí foi progredindo durante a noite e na quinta-feira [7] ele foi no hospital, onde foi medicado e foram feitos vários exames e foi mandado para casa. Infelizmente, no sábado [9] à noite progrediu para falta de ar. No domingo [10] pela manhã, às 5h, ele retornou ao pronto atendimento da UPA de Paripe. Foi aí que começou toda a nossa luta”, lembra Laisla.
Eraldo passou dois dias internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Paripe, enquanto aguardava a regulação para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Apesar de ter plano de saúde, Laisla conta que a família foi informada que não havia vaga de UTI. “Meu pai tinha plano de saúde sim, ele tinha o Planserv, mas infelizmente não tinha vaga na UTI, assim disseram. Primeiro falaram que estavam esperando a regulação, depois disseram que não tinha vaga na UTI, mesmo com meu pai tendo plano”, relatou a filha. Eraldo, que morreu na terça-feira (12), completou 50 anos no meio da quarentena e não pode ser parabenizado pela família, por causa do isolamento social. Ele, que estava na corporação há 22 anos, deixa esposa e 9 filhos. “Meu pai era uma pessoa incrível. Meu pai era uma pessoa maravilhosa. Todo mundo gostava dele, todo mundo conhecia. Meu pai era um excelente profissional. Eu nunca imaginei que o nome de meu pai estaria na nota de pesar. Fiquem em casa, pelo amor de Deus. Essa doença não é brincadeira”, disse Laisla emocionada.
FONTE: G1 Bahia.