Bahia e RJ puxam alta de furto de celular; Brasil tem quase 1 milhão de aparelhos roubados por ano
21 de julho, 2023Os estados da Bahia e do Rio de Janeiro puxaram a alta de furtos e roubos de telefones celulares no país, apontam dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira (20).
O Brasil registrou um crescimento de 16,6% neste tipo de crime no período de um ano, saindo de 853 mil casos em 2021 para 999,2 mil ocorrências no ano passado. A média é de 114 celulares roubados por hora no país, cerca de 2 a cada minuto.
O roubo e furto de celulares se tornou nos últimos anos o mais comum dentre os crimes patrimoniais. Isso porque o equipamento roubado passou a ser usado no cometimento de outros crimes.
“O aparelho celular continua tendo um alto valor de hardware, mas a principal razão para os roubos é que o equipamento se transformou em porta de entrada para golpes e extorsão. Isso é uma tendência mundial”, avalia Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Este tipo de crime ganhou mais força a partir da pandemia da Covid-19, que deu maior popularidade ao comércio eletrônico a partir de aplicativos nos celulares. No Brasil, o avanço também está ligado à criação do Pix, que facilitou operações de transferência de valor a partir dos aplicativos dos bancos.
Ao todo, foram registrados no ano passado 508,3 mil casos celulares roubados, crime cometido mediante violência ou ameaça, e 490,8 mil ocorrências de furtos.
O crescimento contrasta com os indicadores registrados nos últimos anos no país, que desde 2020 vinham em uma curva descendente nos casos de furtos e roubos de celulares.
A redução aconteceu em meio ao cenário da pandemia, que reduziu a circulação de pessoas nas ruas e suspendeu a realização de festejos populares, que costumam registrar picos de aparelhos roubados. Com a nova alta, o número de ocorrências volta a um patamar semelhante ao de 2019.
Em números absolutos, São Paulo foi o estado que mais registrou furtos e roubos de celulares em 2022, seguido de Bahia, Pará, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Em termos relativos, porém, o campeão de ocorrências é o estado do Amazonas, seguido do Distrito Federal, ambos com mais de 1.000 casos para cada 100 mil habitantes. Na sequência, aparecem São Paulo, Espírito Santo e Piauí.
Foto: Aparelhos apreendidos durante ação em festa pré-Carnaval em São Paulo em 2023 – Polícia Civil/Divulgação.