Jero ‘pegar ar’ com repórter, sindicato fica do lado da profissional e defende liberdade da imprensa.
22 de dezembro, 2023O governador Jerônimo Rodrigues pegou ar com a repórter Cíntia Kelly, do Bnews, após um questionamento sobre o motivo da ausência do deputado estadual Robinson Almeida (PT) no lançamento da pré-candidatura de Geraldo Júnior à prefeitura de Salvador. Robinson queria o apoio de Jero para disputar a eleição pelo grupo e chegou a ser indicado pelo PT, mas foi preterido. A picuinha aconteceu na noite desta quinta-feira (21). (Assista)
O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) se solidarizou com a repórter Cíntia Kelly, do Bnews, após o governador Jerônimo Rodrigues ‘pegar ar’ com a profissional. O sindicato emitiu uma nota.
“O Sinjorba se solidariza com a colega Cintia Kelly, que nessa quinta-feira (21) foi, por duas vezes, tratada rispidamente, na ação de exercício profissional, enquanto entrevistava o governador Jerônimo Rodrigues (PT)”, iniciou o texto. “Nas duas situações, o chefe do executivo baiano mostrou irritação com as perguntas da repórter, que simplesmente buscava apurar se havia desgaste ou aresta com a escolha de Geraldo Junior, uma vez que alguns pré-candidatos de outros partidos da base não estavam participando do referido anúncio. Perguntas normais da cobertura política”, seguiu.
“Para o Sinjorba, não cabe ao entrevistado definir o que um repórter deve perguntar. O exercício do poder, na esfera que for, exige do representante político a serenidade e paciência necessárias para lidar com o contraditório e com questionamentos que não o agradem. Mas há diversas maneiras de agir nessas situações e o governador escolheu a pior delas. O Brasil vive um momento de afirmação do ambiente democrático e da possibilidade de a imprensa cumprir seu papel constitucional sem filtros políticos e sem medo. Trabalhamos sob a égide de um rígido código de ética, que exige do jornalista responsabilidade e compromisso com a verdade e a imparcialidade. Por nossa vez, exigimos dos representantes políticos cuidado com a liberdade de imprensa, atenção às suas obrigações de transparência para com o público e respeito para com os profissionais”, diz a nota.
Nas redes sociais, a repórter pontuou: “Meu papel é perguntar”. “Ele (e todo interlocutor) tem todo o direito de não responder, eu tenho o dever de perguntar. Meu erro como jornalista será sempre não questionar”, finalizou.
Fonte: Informe Baiano