A Secretaria de Saúde da Bahia comprou, com dispensa de licitação, três mil unidades de Ivermectina de 6mg. O valor da compra, de R$ 13,950,00, foi publicado no Diário Oficial desta terça-feira (21). Os medicamentos são para o Hospital Geral Ernesto Simões Filho.
A Ivermectina é um dos medicamentos defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro para o tratamento de pacientes com Covid-19. O chamado Kit Bolsoquina, distribuído 0800 por prefeitos e associações em varias cidades do país para pacientes barriados com coronavírus, tem, além da Ivermectina, Hidroxicloroquina e Azitromicina.
Em contato com o Política ao Vivo, o secretário de Saúde, Fábio Vilas-Boas, afirmou que o medicamento comprado será usado em pesquisas relacionadas à Covid-19 – Só pra ver se essa zorra serve mesmo ou é conversa para boi dormir.
Vale lembrar que, apesar de não recomendar o uso da “Bolsoquina” no tratamento da Covid-19, o governo baiano autorizou, no início de abril, o uso em conjunto da hidroxicloroquina e azitromicina para pacientes que testaram positivo para coronavírus. – Não Foi na tora! Foi por livre e espontânea pressão mesmo.
Depois de todo panavuê que a entrevista e a notícia da compra provocou nos grupos de Fuxico, a Secretaria da saúde do estado da Bahia, falou que a história não é bem assim não, que não tem nada de Bolsoquina Estadual, os remédios foram comprados para tratamento de vermes e piolhos na rede pública; Curie a nota na íntegra:
SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
21/07/2020
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia esclarece que do ponto de vista técnico-científico, não há até o presente momento, tratamento medicamentoso eficaz para a Covid-19. Com base nas manifestações da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Anvisa, o Centro de Operações de Emergência em Saúde da Bahia (Coes) não recomenda a utilização de quaisquer medicamentos para prevenção ou tratamento da Covid-19 sem que haja eficácia comprovada ou que este uso seja feito em ambiente controlado de ensaios clínicos. Essa recomendação de não uso inclui, com maior ênfase, cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina.
No entanto, cabe esclarecer, que pacientes com diagnóstico de coronavírus (Covid-19) ou não, podem ter outras patologias associadas, como hipertensão, diabetes, dentre outras. No que tange as aquisições de ivermectina por duas unidades estaduais, a resposta é simples e não tem qualquer relação com o coronavírus: o fármaco faz parte do grupo dos antiparasitários com ação em vários vermes e parasitas como os nematódeos, em especial o Strongyloides stercoralis, além de combater ácaros como o Sarcoptes scabiei, entre outros.
Não pode-se permitir, portanto, o desabastecimento de unidades hospitalares, sob risco do não tratamento de diversas infecções, tais como:
Estrongiloidíase intestinal, causada por Strongyloides stercolaris;
– Oncocercose, cuja origem é o parasita Onchocerca volvulus;
– Elefantíase (filariose), cuja origem é o Wurchereria brancrofti;
– Lombriga (ascaridíase), causada pelo Ascaris lumbricóides;
– Sarna (escabiose), originada pelo ácaro Sarcoptes scabiei;
– Piolhos (pediculose), causada pelo ácaro Pediculus humanus capitis.
Por Tadeu Luiz efuxico
Fonte Política ao Vivo | SECOM/GOVBA