As imagens da ação que mostram Isaac Pereira sendo agredido com um cassetete viralizou nas redes sociais. Segundo ele, durante a situação, avisou à tropa que também faz parte da Polícia Militar e, ainda assim, houve a agressão. (Assista)
Em nota, o capitão ressaltou que trabalha há 15 anos na corporação e que em 14 deles atuou em carnavais e nas micaretas realizadas na cidade, além de outras festas de largo, porém nunca participou de abordagens como a que sofreu.
Já a Polícia Militar informou, também por meio de nota, que lamenta as denúncias e que os fatos isolados estão sendo apurados.
Confira o texto na íntegra:
Não achei que tivesse que explicar nada em rede social após a divulgação de imagens da agressão que sofri, porém não posso deixar que alguns mal intencionados apresentem apenas uma versão distorcida do fato.
Dos meus 15 anos na polícia, 14 anos trabalhei em todos os carnavais e micaretas de Feira de Santana, além de outras festas de largo. Sei da necessidade da ação vigorosa e do uso da força nesses eventos e já usei em quase todos eles. Contudo, todos que trabalham ou trabalharam comigo sabem das orientações de que não devemos usar a força de forma indiscriminada, sobretudo sem uma avaliação do cenário e sem necessidade. Dentre todas as ocorrências desse tipo em que participei, nunca usei o bastão na cabeça de alguém, sobretudo com a situação já controlada.
Em qualquer caso, após a situação contida, não cabe agressão a qualquer pessoa que não esboce ação violenta, pior ainda após ter se identificado como Policial Militar.
Fui agredido pelas costas quando já estava identificado e empurrado pelo colega de farda que me agrediu na cabeça sem qualquer necessidade e de forma gratuita. Nosso respeito mútuo não pode ruir em defesa de um falso corporativismo.
Não podemos confundir corporativismo com aceitação a esse tipo de conduta. Repito: o uso da força é necessário, a ação vigorosa é fundamental, mas nossos familiares e a sociedade de bem não merecem sofrer com conduta ISOLADA e violência desmedida como esta que sofri, poderia ter sido um familiar meu ou de qualquer outro policial ou qualquer folião que estivesse ali para curtir.
Agradeço as muitas ligações e mensagens de apoio a mim e ao Cap PM Biluca, isso por si só, pra gente, já diz muito quem somos.
Aproveito para informar que estou bem, fui atendido, medicado e liberado, mas poderia não estar se o golpe pegasse na minha cabeça em cheio. Mas, graças a Deus, isso não aconteceu. Mantive o imprescindível equilíbrio para identificar quem me agrediu e buscar o caminho legal para a devida responsabilização.
Se a situação não tivesse sido filmada eu teria vergonha de dizer que fui agredido por outro Policial Militar, mesmo depois de me identificar, pois respeito muito minha classe e esse tipo de conduta não condiz com as nossas formações.
Entrei na corporação como soldado e sempre respeitei e tratei com urbanidade todos com quem trabalhei, sejam pares, superiores ou liderados. Me perguntaram por que não revidei quando tive a oportunidade. A resposta é simples: nunca desrespeitei ou agredi qualquer policial militar e não seria esta a primeira vez.