Chefe do BDM envolvido em morte de policial federal em Salvador é alvo de operação da PF. Advogados tão no bolo doido.
21 de outubro, 2024Acusado de chefiar a facção Bonde do Maluco (BDM) na Bahia, Jackson Antônio de Jesus Costa, vulgo ‘Caboclino’, se tornou alvo da Operação Cravante, desencadeada pela Polícia Federal (PF) para desarticular um esquema de apoio externo a líderes de facções criminosas presos no Distrito Federal.
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Além de envolvimento com tráfico de drogas, Caboclinho é um dos principais personagens envolvidos na morte do policial federal Lucas Caribé, assassinado em setembro de 2023, durante uma operação policial no bairro de Valéria, em Salvador.
O homem foi capturado em Brasília e, desde então, está preso no Complexo Penitenciário da Papuda. Mesmo atrás das grades, Jackson Antônio continuou coordenando as atividades do BDM e ainda se aliou ao Primeiro Comando da Capital (PCC), fortalecendo sua influência.
A entrada de Caboclinho no PCC, dentro da penitenciária, foi possível após uma articulação com advogados – ou pessoas que se passavam pelos profissionais – que colocavam terceiros em contato com os presos. Desta forma, ele conseguiu ampliar sua rede criminosa, manter o controle sobre as operações do tráfico na Bahia, além de conseguir se comunicar com outros detentos, atraindo assim novos faccionados.
Jackson Antônio estaria subsidiando os custos das chamadas, para que os outros detentos pudessem falar com parentes e amigos, e estaria patrocinando bens e diversos “mimos”, como alimentos diferenciados e assistência jurídica.
O integrante do Bonde do Maluco possui passagens por organização criminosa e lavagem de dinheiro, motivo pelo qual se encontra preso preventivamente.
Operação Cravante
A ação coordenada pela Polícia Federal nesta segunda-feira (21) tem como objetivo desmantelar um esquema de apoio a facções. Equipes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Distrito Federal (Ficco-DF) cumprem seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão, em Brasília e na Bahia.
Conforme informações da coluna Na Mira, do Metrópoles, indícios apontam que diversas pessoas teriam se passado por um advogado, com anuência dele, para se comunicar com detentos do sistema prisional do DF.
De acordo com o inquérito, ao menos cinco advogados e um estagiário de direito, alvos das ordens judiciais, faziam o revezamento no atendimento a demandas de uma liderança de facção, atuando por fora do exercício profissional para promoção de uma organização criminosa.
Os alvos dos mandados de prisão poderão responder pelos delitos de organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem passar dos 20 anos de reclusão. Os advogados também tiveram a autorização para exercício da profissão suspensa.
Foto: Divulgação