Com foco na revitalização de mata ciliar, projeto promove plantio de mudas na Bahia
17 de setembro, 2024Programa ambiental produziu cerca de 18 mil mudas ao longo de 2023
Tendo em vista o combate ao desmatamento e a gestão sustentável dos recursos hídricos, o projeto Revitalização de Mata Ciliar promove o plantio de mudas nos municípios do sul da Bahia. O programa, que já produziu cerca de 18 mil mudas, foi implementado pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) e conta com o apoio do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Peruípe, Itanhém e Jucuruçu (CBHPIJ), além de outros órgãos ambientais municipais e estaduais.
O coordenador de Meio Ambiente na Embasa Regional de Itamaraju, que atua como vice-presidente do CBHPIJ, Marcos Emilio Britto, explica que a mata ciliar é a formação vegetal localizada nas margens dos córregos, lagos, represas e nascentes. “Nós perdemos muita mata ciliar. E a ideia também é que a gente sensibilize, através da educação ambiental, esses fazendeiros para que preservem. Claro, com corredores ecológicos, corredores para o gado beber água ou o que for. Mas que preservem o máximo essa mata ciliar”, aponta.
Com isso, ele pontua que o projeto visa a reabilitação de matas ciliares, nascentes e recuperação de áreas degradadas. O processo inclui o plantio de mudas e ações de conscientização da população, a exemplo das parcerias com as escolas e palestras na região. Antes do plantio, a primeira fase do projeto consiste na identificação da área e contato com o responsável pela localidade sobre a proposta de revitalização.
As matas ciliares, também conhecidas como mata de galeria, mata de várzea ou florestação ripária, são consideradas pelo Código Florestal Federal como Área de Preservação Permanente (APP). A condição estabelece os limites mínimos para que a vegetação esteja em conformidade com a largura do rio, lago, represa ou nascente. Por exemplo, nos rios menores que 10 metros, deve-se manter no mínimo 30 metros de largura de mata ciliar.
“Por contemplar uma área de 70 metros quadrados, muita gente fala que é trabalho de formiguinha. A ideia é que a coisa cresça com os próprios atores que vivem ali naquela localidade”, afirma.
Quanto aos impactos gerados pelo projeto, Britto aponta que os benefícios serão sentidos a médio e longo prazo com a continuidade e manutenção da vegetação. Para isso, ele considera fundamental a adesão e participação da população nesse processo. “O grande sucesso é o fazendeiro abraçar essa ideia e, ele mesmo, cuidar das mudas. Ele tem que dizer que aquilo é importante para ele. Esse é o sucesso”, diz.
Em maio deste ano, uma ação de plantio de 200 mudas foi realizada em Prado, no sul da Bahia. O momento contou com a participação de crianças da rede de ensino da cidade. “A gente planta, mais ou menos, umas 200 mudas. Por que 200 mudas, ou 150? Porque é a quantidade que a gente consegue fazer naquele dia de manhã com as crianças. Com uma coisa muito grande, você se perde”, conta.
O coordenador, que integra a diretoria do CBHPIJ, ainda ressalta o potencial do projeto e relação direta com o propósito do comitê em prol da preservação e gestão sustentável das bacias hidrográficas do estado. “A gente mantém esse diálogo sobre o projeto e a relevância para os rios. É interessante mostrar os resultados e o impacto disso para a revitalização dessas localidades”, reitera.