Moraes disse não ser necessária a transferência de Torres para um hospital penitenciário, “conforme relatório médico e concordância da defesa”. Também proibiu a visita dos senadores Marcos do Val e Flávio Bolsonaro ao ex-ministro, “tendo em vista a conexão dos fatos apurados no presente inquérito, com investigações das quais ambos fazem parte”.
O magistrado decidiu que as visitas devem ocorrer sem acompanhantes e em grupos de cinco pessoas, no máximo. Ele proibiu a entrada de celulares, assim como a entrega de qualquer mensagem ao ex-ministro.
Políticos de nove partidos querem ver Torres
Em 26 de março, mais de 40 senadores pediram para visitar Torres na prisão. Ao todo, parlamentares de nove partidos encaminharam a solicitação para Moraes.
Há mais de três meses, Torres está detido em uma Sala de Estado-Maior no 4º Batalhão da Polícia Militar, em Brasília. O motivo da prisão do ex-ministro é a sua suposta conivência com os atos do 8 de janeiro. Torres perdeu 12 quilos, “entrou em um estado de tristeza profunda, chora constantemente e mal se alimenta”, segundo sua defesa.
“É necessário que haja um gesto de solidariedade”, argumentou o senador Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. “Tivemos a oportunidade de conviver com o Anderson. As notícias sobre o estado de saúde dele nos preocupam. O Anderson é um ótimo profissional, com emprego fixo, e esperamos que o habeas corpus feito pela defesa seja concedido.”
Na terça-feira 2, a PM-DF informou que não vê necessidade de transferir Torres para um hospital penitenciário, preso preventivamente há 109 dias.
O parecer enviado pelo comandante-geral da PM-DF, coronel Klepter Rosa, atende a questionamento de Moraes, relator dos processos relacionados ao 8 de janeiro. Antes, a defesa de Torres argumentou que o quadro psicológico de seu cliente inspirava cuidados.