Na Carne! Operação da PF e MPF prende bando ligado ao contrabando de Cigarros, Policial Militar de Guanambi foi preso e vai descer pro Choque
17 de agosto, 2021Um policial militar foi preso durante a operação Operação Tabapy, deflagrada pela Polícia Federal (PF), em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), na manhã desta terça-feira (17).
De acordo com as investigações, o agente de segurança lotado no município de Guanambi realizava a escolta de cargas de cigarro contrabandeadas. A prisão do servidor contou com o apoio do Comando da Polícia Militar.
“O Coronel Mascarenhas que já trabalhou em Brumado, foi bem duro, bastante incisivo quando ficou sabendo, e fez questão de participar pessoalmente do cumprimento do mandado”, disse Flávio Márcio Albergaria, chefe da Polícia Federal de Vitória da Conquista.
O delegado participou de uma coletiva de imprensa por videoconferência para dar mais informações sobre a operação. Durante a ação, foram expedidos, ao todo, cinco mandados de prisão preventiva – quatro em Guanambi e um em Luís Eduardo Magalhães.
Apenas este último não foi cumprido até o momento, pois o alvo não foi localizado.
Os suspeitos apreendidos serão submetidos à audiência de custódia na Justiça Federal ainda nesta terça. “Acreditamos que as prisões vão ser mantidas, os Civis foram encaminhados para o presídio em Vitória da Conquista”, avaliou Albergaria.
O Coronel Mascarenhas apareceu brevemente e informou que o Militar preso será conduzido, pelo Comando de Policiamento Regional do Sudoeste, durante a tarde, ao Batalhão de Choque da PM-BA, em Salvador, onde cumprirá a medida cautelar.
“Além disso, ele vai responder a processo administrativo-disciplinar. Enfim comprovada sua participação, ele deverá sofrer sanções determinadas em nosso estatuto, com extremo rigor – se assim for comprovada a participação dele”, explicou Mascarenhas.
Reprodução/PrintScreen/Microsoft Teams
Investigações
Albergaria contou que as apurações acontecem há mais de um ano, e tem como alvo as atividades de um grupo criminoso instalado em Guanambi que contrabandeava cigarros em toda a região Sudoeste do Estado.
Os supostos crimes acontecem há mais de uma década.
O delegado explicou que após uma série de flagrantes em Vitória da Conquista, referentes à carga ilegal de cigarro, a força policial decidiu investir em um trabalho de inteligênica, com o objetivo de identificar quem eram os donos da mercadoria e responsáveis por distribuí-la.
No período de um ano das investigações, foi descoberta uma “vultosa movimentação de dinheiro”, segundo o delegado: mais de R$160 milhões – por parte de pessoas vinculadas à associação criminosa.
“Conseguimos fazer algumas apreensões em flagrante de valiosas cargas de cigarro no curso das investigações e esses flagrantes foram imputados aos nossos investigados”, contou.
O Ministério Público Federal (MPF) também participou da ação desta manhã, quando ainda foram deflagrados 19 mandados de busca e o bloqueio de bens – móveis ou imóveis – e valores dos investigados.
De acordo com Albergaria, a Justiça Federal de Guanambi determinou o bloqueio de mais de mais de R$ 40 milhões por alvo.
Uma arma foi apreendida na ação desta manhã, bem como R$20 mil em espécie e documentos – como recibos e planilhas de controle, que, segundo o delegado, confirmam as suspeitas apuradas até o momento.
Próximos Passos
Agora, as investigações devem se focar mais nos crimes de ocultação patrimonial para, além de prender membros da suposta organização criminosa, descapitalizá-los.
“Agora faremos a análise documental de todo o material apreendido. Temos mídias, celulares. Vamos partir também para a análise financeira e apurar eventuais manobras de ocultação patrimonial por parte dos investigados, que enriqueceram com essa atividade ilícita”, afirmou o delegado.
Ele acrescenta que a maioria dos alvos da operação não tem atividade lícita que lastreou o custeio de imóveis e veículos de luxo – carros, motos aquáticas, terrenos, fazenda e até cabeças de gado, por exemplo.
As investigações apontam que os familiares dos suspeitos eram usados para realizar suas movimentações bancárias. Há possibilidade de que o número de investigados seja ampliado neste próximo estágio das apurações.
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